PERFIL COMPLETO do autor de "E Depois do Adeus"
José Manuel Niza Antunes Mendes José nasceu em 1939, em Lisboa, mas passou a infância e juventude em Santarém, de onde saiu aos 17 anos para ir estudar Medicina e Psiquiatria em Coimbra, cidade onde se iniciaria na música, através do fado.
Foi em Coimbra que conheceu José Afonso e Adriano Correia de Oliveira e, em 1961, com Proença de Carvalho, Rui Ressurreição e Joaquim Caixeiro, fundou um quarteto de jazz e o Clube de Jazz do Orfeu.
Interrompeu nesse ano os estudos devido à morte do pai, tendo regressado a Coimbra cinco anos mais tarde, em 1966, para os retomar.
Até 1969, criou música para peças de teatro como "A Excepção e a regra", apresentada no centro paroquial de Águeda, que a polícia política da ditadura do Estado Novo, a PIDE, viria a encerrar.
José Niza foi chamado várias vezes à PIDE para interrogatório, sobretudo durante a greve académica de 1969, que teve como um dos hinos a canção "Cantar de Emigrante", por ele composta.
Destacado para Angola em 1970, José Niza foi ali alferes-médico do Exército português e criou músicas do disco de Adriano Correia de Oliveira "Gente de Aqui e de Agora", que viria a ser lançado em outubro de 1971.
Também compôs "Fala do Homem Nascido", com base em poemas de António Gedeão, disco que viria a sair em 1972, com arranjos orquestrais de José Calvário e vozes de Tonicha, Carlos Mendes, Duarte Mendes e Samuel.
Quando assumiu a liderança da editora Orfeu, passou a produzir diversos trabalhos de cantores portugueses como Fausto, Carlos Mendes, Paulo de Carvalho, Vitorino, José Afonso e Adriano Correia de Oliveira.
Antes de "E Depois do Adeus" - senha musical para o Movimento das Forças Armadas - José Niza já tinha conquistado o Festival da Canção da RTP, em 1972, com José Calvário e Carlos Mendes, com o tema "A Festa da Vida".
Após o 25 de Abril de 1974, filiado no Partido Socialista, José Niza deixou a editora Orfeu e passou a dedicar-se à política, tendo sido eleito deputado à Assembleia da República pelo círculo de Santarém e, em 1977 e 1978, tendo o cargo de director de Programas da RTP.
Em 1983 e 1984 voltou à RTP como administrador ligado à produção e, em 1985, regressou ao Parlamento, onde procurou defender as questões ligadas à música, participando, por exemplo, na elaboração da legislação relativa à obrigatoriedade de passagem de cinquenta por cento de música portuguesa nas estações de rádio do país.
Deixou de ser deputado em 1999, mas manteve-se como assessor do presidente da Assembleia da República, Almeida Santos.